segunda-feira, 16 de janeiro de 2017

REFLEXÃO SOBRE O LIVRO POLEGARZINHA, DE MICHEL SERRES

REFLEXÃO SOBRE O LIVRO POLEGARZINHA, DE MICHEL SERRES






Este texto objetiva apresentar minhas reações a respeito do livro – Polegarzinha – uma nova forma de viver em harmonia, de pensar as instituições, de ser e de saber, do filósofo francês Michel Serres.



  
Michel Serres é um filósofo francês, que nasceu na cidade de Agen – situada no Sul da França - no ano de 1930. Com uma formação múltipla, tem uma vasta e diversificada produção intelectual em vários campos do conhecimento. Aqui nos deteremos ao seu livro “Petite Poucette”, que ao ser traduzido no Brasil foi intitulado “Polegarzinha”. 

O termo Polegarzinha é uma analogia aos jovens que usam, com grande destreza e habilidades, seus polegares para manipularem as mídias digitais, em especial, o celular. O nome está no feminino como alusão às conquistas das mulheres por direitos nas últimas décadas.

O livro Polegarzinha está dividido em três partes, a citar:

1.      Polegarzinha - tem o objetivo de descrever o/a jovem da atualidade, seu modo de vida, sua relação com o mundo atual e virtual, o seu estar na nova era;

2.      Escola – objetiva mostrar como tem se comportado a escola frente à nova era da informação e comunicação; e,

3.      Sociedade – como a sociedade tem se apresentado na era digital, como tem se dado as relações, bem como o cotidiano no mundo virtual.

A partir de linguagem simples e de narrativas, Michele Serres nos faz perceber como se dá o mundo atual. Um mundo plural, em que as tecnologias digitais imperam e que estreitam/encurtam as distâncias que nos impediam de conhecer outros lugares, outras culturas, de ter acesso a todo e qualquer tipo de saber. 

Tudo, hoje, está acessível através da internet. É neste mundo que nossos(as) jovens estão situados(as)!

As crianças e jovens de hoje habitam o virtual. E, Segundo Michel Serres (2013, p. 19) “por celular, têm acesso a todas as pessoas; por GPS, a todos os lugares; pela internet, a todo o saber: circulam, então, por um espaço topológico de aproximações, enquanto nós vivíamos em um espaço métrico, referido por distâncias”. 

Os lugares habitados hoje, não são os mesmos que habitaram seus pais, seus avós, tios, etc. 

Neste contexto, é preciso que os pais, os professores, as escolas e a sociedade como um todo assumam novas posturas para lidar com esse jovem que vive imerso nas tecnologias digitais.

O livro de Michele Serres é bastante instigante! Provocou em mim profundas reflexões. 

Logo no 1º capítulo, deparei-me com a afirmação: "Antes de ensinar o que quer que seja a alguém, é preciso, no mínimo, conhecer esse alguém."  Essa afirmação levou-me a refletir sobre a postura adotada das escolas frente a essa nova dinâmica da sociedade, frente à propagação da internet e das mídias digitais. 

Percebemos, então, que a escola continua a utilizar suas pedagogias arcaicas que podem ter funcionado para meus avós, meus pais, meus tios, até para mim, mas que jamais funcionarão para meu filho. 

Os jovens de hoje estão situados em uma outra era, diferente da que seus antepassados viveram. Conhecer a dinâmica da sociedade atual, bem como as transformações ocorridas em nossos jovens como consequência da globalização, da era digital, é imprescindível para que as escolas adotem posturas, pedagogias que contemplem os alunos da contemporaneidade.

Neste sentido, é preciso que nós, enquanto professores, profissionais da educação, reflitamos sobre: como a escola tem se comportado frente a essas mudanças?

O que é preciso fazer para que as escolas estejam preparadas para essas transformações?

A escola não pode ficar parada. É preciso que políticas públicas sejam criadas e implementadas no sentido de atualizar a escola e seus profissionais para lidar com os avanços tecnológicos e terem condições de inseri-los em sua prática.

A escola tem o papel fundamental de preparar as nossas crianças e jovens para a vida. Sem a atualização, isso não será possível! 

Referência:

SERRES, Michel. Polegarzinha. Rio de janeiro: Bertrand Brasil, 2013.

2 comentários:

  1. Olá, Michele!
    A primeira afirmação do livro também me chamou atenção, pois se oferecemos educação à alguém, precisamos também saber como satisfazer às suas necessidades e anseios pelo conhecimento. Acredito que o professor em sua sala de aula, como os demais setores envolvidos na escola precisam se adaptar ao mundo em que vivem os nossos jovens. Assim como o tempo não pára, a escola não pode continuar com as práticas que "serviram" (?) para nossos avós.

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  2. pois é Michele, políticas públicas para formação do professor e melhoria das escolas são fundamentais, mas já sabemos a quem interessa manter a situação como está. A questão é: o que podemos fazer no dia a dia, para começar a transformar a escola que temos? Que possibilidades vc vislumbra?

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