REFLEXÃO SOBRE O LIVRO POLEGARZINHA, DE MICHEL SERRES
Este texto objetiva apresentar minhas
reações a respeito do livro – Polegarzinha – uma nova forma de viver em
harmonia, de pensar as instituições, de ser e de saber, do filósofo francês Michel
Serres.
O termo Polegarzinha é
uma analogia aos jovens que usam, com grande destreza e habilidades, seus
polegares para manipularem as mídias digitais, em especial, o celular. O nome
está no feminino como alusão às conquistas das mulheres por direitos nas
últimas décadas.
O livro Polegarzinha está
dividido em três partes, a citar:
1.
Polegarzinha
- tem o objetivo de descrever o/a jovem da atualidade, seu modo de vida, sua
relação com o mundo atual e virtual, o seu estar na nova era;
2.
Escola – objetiva
mostrar como tem se comportado a escola frente à nova era da informação e
comunicação; e,
3.
Sociedade – como
a sociedade tem se apresentado na era digital, como tem se dado as relações, bem como o cotidiano no mundo virtual.
A partir de linguagem simples e de narrativas,
Michele Serres nos faz perceber como se dá o mundo atual. Um mundo plural, em
que as tecnologias digitais imperam e que estreitam/encurtam as distâncias que nos impediam
de conhecer outros lugares, outras culturas, de ter acesso a todo e qualquer
tipo de saber.
Tudo, hoje, está acessível através da internet. É neste mundo
que nossos(as) jovens estão situados(as)!
As crianças e jovens de hoje habitam o virtual. E,
Segundo Michel Serres (2013, p. 19) “por celular, têm acesso a todas as pessoas; por
GPS, a todos os lugares; pela internet, a todo o saber: circulam, então, por um
espaço topológico de aproximações, enquanto nós vivíamos em um espaço métrico,
referido por distâncias”.
Os lugares habitados hoje, não são os mesmos que habitaram seus pais, seus avós, tios, etc.
Neste contexto, é preciso que os pais, os
professores, as escolas e a sociedade como um todo assumam novas posturas para
lidar com esse jovem que vive imerso nas tecnologias digitais.
Logo
no 1º capítulo, deparei-me com a afirmação: "Antes de ensinar o que
quer que seja a alguém, é preciso, no mínimo, conhecer esse alguém."
Essa afirmação levou-me a refletir sobre a postura adotada das escolas
frente a essa nova dinâmica da sociedade, frente à propagação da
internet e das mídias digitais.
Percebemos,
então, que a escola continua a utilizar suas pedagogias arcaicas que
podem ter funcionado para meus avós, meus pais, meus tios, até para mim,
mas que jamais funcionarão para meu filho.
Os
jovens de hoje estão situados em uma outra era, diferente da que seus
antepassados viveram. Conhecer a dinâmica da sociedade atual, bem como
as transformações ocorridas em nossos jovens como consequência da
globalização, da era digital, é imprescindível para que as escolas
adotem posturas, pedagogias que contemplem os alunos da
contemporaneidade.
Neste
sentido, é preciso que nós, enquanto professores, profissionais da
educação, reflitamos sobre: como a escola tem se comportado frente a
essas mudanças?
O que é preciso fazer para que as escolas estejam preparadas para essas transformações?
A
escola não pode ficar parada. É preciso que políticas públicas sejam
criadas e implementadas no sentido de atualizar a escola e seus
profissionais para lidar com os avanços tecnológicos e terem condições
de inseri-los em sua prática.
A
escola tem o papel fundamental de preparar as nossas crianças e jovens
para a vida. Sem a atualização, isso não será possível!
Referência:
SERRES, Michel. Polegarzinha. Rio de janeiro: Bertrand Brasil, 2013.
Olá, Michele!
ResponderExcluirA primeira afirmação do livro também me chamou atenção, pois se oferecemos educação à alguém, precisamos também saber como satisfazer às suas necessidades e anseios pelo conhecimento. Acredito que o professor em sua sala de aula, como os demais setores envolvidos na escola precisam se adaptar ao mundo em que vivem os nossos jovens. Assim como o tempo não pára, a escola não pode continuar com as práticas que "serviram" (?) para nossos avós.
pois é Michele, políticas públicas para formação do professor e melhoria das escolas são fundamentais, mas já sabemos a quem interessa manter a situação como está. A questão é: o que podemos fazer no dia a dia, para começar a transformar a escola que temos? Que possibilidades vc vislumbra?
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