MODERNIDADE LÍQUIDA E A EDUCAÇÃO BRASILEIRA
Este texto objetiva apresentar
minhas reações a respeito do vídeo – fronteiras do pensamento (entrevista com Zygmunt
Bauman), bem como do Prefácio e do Capítulo III: espaço/tempo do Livro
Modernidade Líquida de Zygmunt Bauman.
Ao ler a epígrafe do
prefácio do Livro Modernidade Líquida de Zygmunt Bauman, deparei-me com um
pequeno “Grande” pensamento de Paul Valéry:
Interrupção, incoerência, surpresa são as condições
comuns de nossa vida. Elas se tornaram mesmo necessidades reais para muitas
pessoas, cujas mentes deixaram de ser alimentadas... por outra coisa que não
mudanças repentinas e estímulos constantemente renovados... Não podemos mais
tolerar o que dura. Não sabemos mais fazer com que o tédio dê frutos.
Assim, toda a questão se reduz a isto: pode a mente
humana dominar o que a mente humana criou?
Esse texto nos provoca uma
profunda reflexão! Nos faz pensar como a Educação pode gerar frutos sem que a
fusão aconteça. Não se podem tolerar os métodos de ensino tradicionais (que não
mais funcionam com os nossos alunos de hoje), os currículos engessados,
cristalizados na premissa de que o conteúdo é o mais importante e que ele deve
ser seguido rigorosamente, mesmo que isso transforme a escola em um não lugar,
ou seja, em um espaço desprovido de sentido para o aluno.
Nós vivemos na modernidade
líquida, pautada pela fluidez, pela leveza. As tecnologias digitais contribuíram para esse momento e precisam ser inseridas nas práticas pedagógicas. A liquidez é necessária! Não se podem ficar presos às
formas do passado porque o sólido já não tem mais espaço no mundo atual. A Educação precisa acompanhar o tempo atual e dar de conta das novas demandas.
Mas, a Educação Brasileira tem
sofrido graves ameaças regresso com a escola sem partido que proíbe a
formação política dos nossos alunos no espaço da escola/sala de aula; a Reforma do Ensino Médio que
veio corroborar com essa proposta ao retirar a obrigatoriedade das disciplinas
Sociologia e Filosofia no ensino médio; e, a Base
Nacional Comum Curricular – BNCC que, além de tirar do professor a
criatividade, pasteuriza a educação desconsiderando as diferenças regionais, culturais, históricas. Tudo isso contribui para que a escola seja um não lugar para o aluno.
É isso que queremos?
Referências:
BAUMAN, Zygmunt. Modernidade líquida. Rio de Janeiro:
Jorge Zahar, 2001.
Pois é Michele, tudo o que está sendo proposto para a educação brasileira, hoje, desconsidera o tempo em que vivemos, é uma tentativa de imposição de concepções que vão contra o movimento, a fluidez, a inovação...
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