Este
texto objetiva apresentar minhas reações a respeito do Capítulo 3 - Visibilidade e redes sociais digitais: entre nós,
links e conexões – da tese de doutorado em Educação, Visibilidade mediada:
estratégias e ações docentes no Twitter, de Camila Santana.
O texto de Camila Santana nos convida a uma
profunda reflexão sobre o que é o público e o privado na contemporaneidade e
como os Sites de Redes Sociais - SRS
têm contribuído para essa mudança de paradigma.
Está claro que, com o advento da web 2.0, as
práticas sociocomunicativas nunca mais serão as mesmas. Castells (1999) nos
aponta que a interação social foi um dos elementos mais favorecido, ampliado e
ressignificado após a Web 2.0 porque ela proporcionou novas configurações na
dinâmica social.
A popularização da internet revolucionou o modo
de nos relacionarmos com outro. E, os Sites de Redes Sociais foi o grande
parceiro nessa empreitada ao possibilitar ambientes de interação, o compartilhamento
de informações de maneira interativa, a interoperatividade, as redes
colaborativas, etc.
Nesse sentido, os SRS , segundo Santana (2014), se tornaram a base da cibercultura, quando, a partir do Orkut, por exemplo, passaram a contar
com milhares de usuários online. Assim
sendo, os Sites de Redes Sociais passaram a ser um fenômeno cultural e a
afetar, mundialmente, as práticas sociocomunitativas.
A aceitação por esses sites foi maciça. Com ela
veio a necessidade de exposição, ou seja, a necessidade de se tornar visível para
o outro. As pessoas já não querem mais viver no anonimato. Encontraram nos SRS
a possibilidade de promoção pessoal, de expressar suas opiniões, de lutar por seus
ideais, de compartilhar com os demais experiências do dia a dia, de dialogar com outras
pessoas na rede, de conhecer pessoas, de compartilhar seus saberes, de expor suas
intimidades, as situações do cotidiano, etc.
A partir dessas inúmeras possibilidades que a
internet proporciona, as pessoas já não sabem separar o público do privado. O
que, de fato, deve ser exposto, por ser de interesse coletivo, e o que deve ser
guardado em sua intimidade.
A publicização da intimidade tem ganhado cada vez
mais espaço na contemporaneidade. O desejo constante de está no centro das
atenções, de ser admirado, de ser visto, de está em foco tem ocasionado o que
Sibila (2008) chamou de “evasão da privacidade”. Essa evasão da privacidade tem afetado todas as esferas da sociedade, inclusive as escolas. Mas como lidar com isso? Como aproveitar os SRS em prol de um ensino contextualizado, carregado de sentido para os alunos?
A escola não pode continuar no anonimato! Ela tem que se tornar visível para a comunidade, tem que se apresentar como um lugar de sentidos para nossos alunos. É preciso conhecer as transformações ocorridas na sociedade para inseri-las no cotidiano escolar.
Mas, o que isso tem a ver com a educação na
atualidade? Como essas novas configurações tem afetado o modo de agir das
escolas? Como usar a internet, através dos SRS para promoção da aprendizagem de
nossos alunos? Como as escolas tem se comportado frente a essas transformações?
Como a escola tem lidado com a transfiguração do privado para o público?
Convido a você, caro leitor, a refletir sobre
esses questionamentos! A refletir como a web 2.0 e 3.0 tem afetado a nossa
vida, nosso modo de ser e estar no mundo!
Boa leitura! Até lá!
Fonte:
SANTANA,
Camila. Visibilidade mediada:
estratégias e ações docentes no Twitter. 2014. 257 f. Tese (Doutorado em
Educação) – Programa de Pós-Graduação em Educação, Universidade Federal da
Bahia, Salvador, 2014 - Capítulo 3 (Visibilidade e redes sociais digitais:
entre nós, links e conexões - p. 59-90)
E que respostas você ensaia para as perguntas que apresenta, Michele?
ResponderExcluirMuito interessante as reflexões que traz em seu texto Michelle. Realmente estamos em um processo intenso de popularização da internet. E as relações nesse nova configuração sofrem alterações significativas. Os seres humanos sempre se relacionaram, mas nunca com essa intensidade, pois ainda precisava ser superada a questão espaço/tempo. Com as redes sociais digirais essas barreiras caem e se tornam fluidas.
ResponderExcluirE a escola? Como afirma a professora BONILLA (2005): A contemporaneidade exige que a escola proponha dinâmicas pedagógicas que não se limitem à transmissão ou disponibilização de informações, inserindo nessas dinâmicas as TIC, de forma a reestruturar a organização curricular fechada e as perspectivas conteudistas que vêm caracterizando-a.
A cibercultura pode ser uma possibilidade para essas novas dinâmicas. A escola deve está preparada para essas novas formas de interação e trabalhar com essas possibilidades.
Como lidar com a questão do público e do privado? Não consigo mais pensar na tecnologia, sem ter Bonilla como referência.
ResponderExcluirNos primeiros encontros começamos a criticar muito o Facebook e ela nos chamou a atenção dizendo que poderíamos ser públicos e nos expor utilizando os espaços e dispositivos de forma construtiva, colaborando para a construção do conhecimento.
Achei muito bacana utilizar o mesmo mecanismo dentro de uma conotação absolutamente diferente!!!
Suas reflexões são interessantes, mas é fato que os nossos alunos são diferentes de tempos atrás e nos exigem novas práticas pedagógicas. Podemos utilizar a tecnologia como aliada para transformar a prática docente diária e despertar o interesse do nosso aluno e construir o conhecimento de forma colaborativa.
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