segunda-feira, 12 de dezembro de 2016



MODERNIDADE LÍQUIDA E A EDUCAÇÃO BRASILEIRA

Este texto objetiva apresentar minhas reações a respeito do vídeo – fronteiras do pensamento (entrevista com Zygmunt Bauman), bem como do Prefácio e do Capítulo III: espaço/tempo do Livro Modernidade Líquida de Zygmunt Bauman.

Ao ler a epígrafe do prefácio do Livro Modernidade Líquida de Zygmunt Bauman, deparei-me com um pequeno “Grande” pensamento de Paul Valéry:

Interrupção, incoerência, surpresa são as condições comuns de nossa vida. Elas se tornaram mesmo necessidades reais para muitas pessoas, cujas mentes deixaram de ser alimentadas... por outra coisa que não mudanças repentinas e estímulos constantemente renovados... Não podemos mais tolerar o que dura. Não sabemos mais fazer com que o tédio dê frutos.
Assim, toda a questão se reduz a isto: pode a mente humana dominar o que a mente humana criou?

Esse texto nos provoca uma profunda reflexão! Nos faz pensar como a Educação pode gerar frutos sem que a fusão aconteça. Não se podem tolerar os métodos de ensino tradicionais (que não mais funcionam com os nossos alunos de hoje), os currículos engessados, cristalizados na premissa de que o conteúdo é o mais importante e que ele deve ser seguido rigorosamente, mesmo que isso transforme a escola em um não lugar, ou seja, em um espaço desprovido de sentido para o aluno.

Nós vivemos na modernidade líquida, pautada pela fluidez, pela leveza. As tecnologias digitais contribuíram para esse momento  e precisam ser inseridas nas práticas pedagógicas. A liquidez é necessária! Não se podem ficar presos às formas do passado porque o sólido já não tem mais espaço no mundo atual. A Educação precisa acompanhar o tempo atual e dar de conta das novas demandas.
 
Mas, a Educação Brasileira tem sofrido graves ameaças regresso  com a escola sem partido que proíbe a formação política dos nossos alunos no espaço da escola/sala de aula; a Reforma do Ensino Médio que veio corroborar com essa proposta ao retirar a obrigatoriedade das disciplinas Sociologia e Filosofia no ensino médio; e, a Base Nacional Comum Curricular – BNCC que, além de tirar do professor a criatividade, pasteuriza a educação desconsiderando as diferenças regionais, culturais, históricas. Tudo isso contribui  para que a escola seja um não lugar para o aluno.

É isso que queremos? 

Referências:


BAUMAN,  Zygmunt. Modernidade líquida. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 2001.


Vídeo: Entrevista com Bauman - Fronteiras do Pensamento